STF confirma validade do concurso e cerca de 4.300
servidores serão reintegrados
Foram quase 12 anos de angústia e sofrimento, mas a novela do concurso
público da Prefeitura de 1999 está próxima de um final feliz: o Supremo Tribunal
Federal (STF), através do ministro-relator Gilmar Mendes, homologou esta semana
um acordo firmado, em 2010, pela Prefeitura e Sindicato dos Servidores Públicos,
o que permitirá a reintegração dos aproximadamente 4.300 servidores aprovados no
certame seletivo.
Fonte: A Voz da Serra
“... para homologar o acordo firmado entre as partes, com a extinção da
causa com resolução de mérito, na forma do artigo 269, III, do Código de
Processo Civil, e julgo prejudicado o recurso extraordinário, por perda de
objeto, nos termos do artigo 21, IX, do RISTF”, diz o resumo da decisão de
Gilmar Mendes, datada do último dia 11.
O concurso foi realizado no final da gestão do prefeito Paulo Azevedo, mas
logo que tomou posse em 2001, a sua sucessora, Saudade Braga, assinou um decreto
anulando o certame, alegando haver “erros insanáveis no edital”. Os anos se
passaram com decisões favoráveis e contrárias aos concursados. Em 2009, quando a
pendenga tramitava no Superior Tribunal de Justiça (STJ), o prefeito da época,
Dermeval Neto, encaminhou à Câmara um projeto sanando as inconstitucionalidades
do edital, no caso, discriminando as vagas e atribuições de cada um dos
concursados através de uma lei e não por decreto, como havia sido feito
anteriormente. Em seguida, Dermeval firmou um acordo com o Sindicato dos
Servidores, agora reconhecido em última instância. “Estou com a alma lavada”,
comentou Dermeval.
Um dos advogados do Sindicato dos Servidores, Manuel Ferreira, explicou que
na decisão, o ministro do STF acatou os embargos de declaração, deu-lhes efeitos
infringentes para modificar a decisão anterior (que devolvia o processo ao TJ-RJ
para homologar o acordo), e, finalmente, homologou ele mesmo o acordo firmado
entre as partes. “Acabou!”, comemorou a decisão. Pelo referido acordo, os
concursados não têm direito a reivindicar direitos trabalhistas do
passado.
O atual procurador da Prefeitura, Rômulo Colly, disse que o trâmite normal
agora é aguardar a decisão de Gilmar Mendes transitar em julgado, o que pode
levar cerca de duas semanas, para que, em seguida, ela retorne à origem, na 1ª
Vara Cível de Nova Friburgo. “Como se trata de um acordo, de um pedido conjunto
das partes, a reintegração [dos concursados] será rápida”, avaliou.
O prefeito Rogério Cabral disse que vai conversar com o procurador da
Prefeitura para avaliar a possibilidade de reintegrar os concursados antes mesmo
de a ação transitar em julgado. A ex-prefeita Saudade Braga não foi encontrada
para comentar o desfecho do rumoroso processo.
Fonte: A Voz da Serra
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